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sábado, 29 de março de 2014

POST 086/2014 - ROCINHA, HISTÓRIA DE UMA COMUNIDADE...




Olá... Hoje saindo da Barra em direção a Zona Sul, me deparei com a Rocinha.  Esta simpática comunidade é palco de um dos maiores paradoxo urbanos que conheço. Localizado em São Conrado, os barracos da favela dividem espaços com os prédios luxuosos, que pagam o maior IPTU da cidade do Rio de Janeiro.

A arquitetura de Niemeyer (monumento a direita) contrasta com a "desarquitetura" das casas coloridas no morro ao fundo, além disso lá no alto do morro a vista é São Conrado e do outro lado a Lagoa e o Morro do Corcovado, onde fica o Cristo Redentor. Quem conhece o Rio, pode afirmar ser uma das vistas mais bonitas. Quando as asas-delta estão voando então, parece um sonho. Morar na Rocinha, para alguns, é um privilégio.

Conhecida como a maior favela da América Latina (população estimada de 120 mil pessoas), a Rocinha está localizada no morro Dois Irmãos, que separa os bairros de São Conrado e Gávea. A comunidade teve origem na divisão em chácaras da antiga Fazenda Quebra-cangalha, produtora de café. Adquiridas por imigrantes portugueses e espanhóis, tornaram-se, por volta da década de 1930, um centro fornecedor de hortaliças para a feira da Praça Santos Dummont, que abastecia a Zona Sul da cidade. Aos moradores mais curiosos sobre a origem dos produtos, os vendedores informavam que provinham de uma "Rocinha" instalada no alto da Gávea.

A partir da década de 1950, houve um aumento de migração de nordestinos para o Rio de Janeiro, direcionando-se em parte para a Rocinha. Nas décadas de 1960 e de 1970, registrou-se um novo surto de expansão, agora devido aos projetos de abertura dos túneis Rebouças e Dois Irmãos, que contribuíram para uma maior oferta de empregos na região.

O descaso do governo com a comunidade, a falta de infraestrutura, a construção de barracos de papelão, a degradação de áreas verdes, o crescimento desordenado, a distribuição de água através de bicas, entre outros problemas, provocou grande indignação, reivindicações e abaixo-assinados da população, que se organizou, engajando-se em muitos protestos em prol da comunidade.

A partir da década de 1970, a comunidade obteve os primeiros progressos, resultado das reivindicações ao poder público, como a implantação de creches, escolas, jornal local, passarela, canalização de valas, agência de correios, região administrativa etc. O primeiro posto de saúde foi criado em dezembro de 1982, com muito esforço dos moradores, através da iniciativa do padre local que ofertou à comunidade como um presente de Natal.

É interessante lembrar que a primeira luz não foi elétrica. Diz o povo que um cavaleiro atravessava a Rocinha acendendo os lampiões das pequenas casas. Depois, foram implantadas cabines de energia que faziam a distribuição para as famílias mais próximas.  A Igreja Católica, em parceria com a pastoral de favelas, pressionou a  Light  para implantar energia elétrica nas comunidades e a Rocinha foi uma das primeiras beneficiadas.

Em  novembro de 2011, a Rocinha foi cenário de uma grande operação conduzida pelas forças armadas brasileiras e pelas polícias do Estado. O objetivo foi a retomada do território das mãos dos traficantes de drogas, visando preparar o terreno para a futura instalação da vigésima oitava Unidade de Polícia Pacificadora da cidade . Em setembro de 2012 a comunidade passou a ser atendida pela 28° UPP com o efetivo de 700 policiais. A comunidade possui 80 câmeras de vigilância para ajudar os policiais na segurança da mesma.

Como em toda comunidade, não existe somente o tráfico, há pessoas boas que moram e por elas há de ser feito um trabalho social cada vez mais intenso, principalmente com as crianças de forma a despertar uma visualização de uma vida melhor.

Até a próxima,
                       Amo vocês,
                                         Marcel Peixoto.

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