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sábado, 22 de março de 2014

POST 080/2014 - ELE ERA O CARA...


Olá... Hoje é uma sexta-feira muito importante, após uma semana de franca recuperação nos negócios, resultado de muito trabalho, chegamos ao final da semana em um dia muito especial - esse 21 de março é o dia do aniversário de uma pessoa que já há algum tempo não está entre nós, mas continua presente em minha vida e agora como um grande amigo. Estou falando de meu irmão Márcio Sérgio.

Resolvi dedicar o Blog de hoje a esse cara que nos deixou 3 dias antes de completar seus 49 anos, isso a 11 anos atrás. E não teria uma forma melhor e fazê-lo senão com um brinde de cerveja bem gelada, num barzinho, acompanhado de um bom espetinho.  Quem o conheceu sabe que isso era a sua cara.

Bem, ele nasceu em 1955 quando nossa irmã já tinha 4 anos e passou a ser o caçula da família, até a minha chegada, 9 anos e quatro meses depois.   Obviamente não vivi a sua infância, mas minha mãe sempre falou que ele era muito levado, dizia que queria ser índio e tinha uma forma muito peculiar de responder aos seus chamados, ele gritava "javoíii", mas não vinha era nunca...

Viveu sua adolescência nas efervescentes e revolucionárias décadas de 60 e 70, com surgimento dos Hippies, dos festivais de Woodstock, do Rock and Roll, do cigarro, da maconha, da bebida, da liberação sexual.  Me lembro bem de um poncho (traje típico mexicano, usado na época) que ele usava sobre a roupa e seus cabelos longos... Morávamos no melhor lugar de Nova Iguaçu e apesar de já nesta época não sermos abonados, todos os seus amigos eram a socialite iguaçuana.

Há pouco tempo, conversando com alguns amigos dele,  me confidenciaram que apesar dele estar sempre duro, eles o levavam em todas as baladas, por que era mais bonito que os amigos e dava muita sorte com as meninas e acabava por atraí-las para eles, passando a ser peça fundamental em todas as saídas e viagens.

Não sei se nossa mãe passou açúcar nele, mas o cara era o terror... A mulherada caía em cima mesmo e ele era do ramo...  Se entregava a suas paixões por completo e como dizia o poeta, todas eram eternas enquanto duravam.  Casou-se cedo e "gostou" tanto da vida de casado que acabou repetindo isso várias vezes.  Sem dúvida, em se tratando de relacionamentos ele era um inconsequente.

Como irmão, durante minha vida, muitas vezes fui comparado a ele e o comentário é que éramos como água e vinho.  E por não concordar com suas atitudes eu realmente buscava me opor a ele nas minhas, a ponto de ficar quase 10 anos de minha vida sem colocar uma gota de álcool na boca.  Mas no fundo, apesar de tudo, eu sentia uma certa admiração por dele, o vinho é mais saboroso e inebriante que a água, incolor, insípida e inodora.

Ele era muito carismático, tinha um coração enorme  e agradava a todos, não havia quem não gostasse dele... Mesmo com os seus deslizes rotineiros.  Viveu pouco, mas viveu intensamente. Acho que ele foi feliz em quase toda a sua vida, somente no final dela é que perdeu o brilho nos olhos que sempre teve.

Deixou 5 lindos filhos, os quais eu gostaria muito de tê-los mais próximo a mim... Mas as circunstâncias da vida,  acabou por nos afastar. Não posso apagar os erros que ele cometeu, mas em seu nome posso pedir perdão à aqueles que  ele magoou.  Tenho esperança de um dia estarmos juntos.

Tenham certeza que do outro lado da vida ele amadureceu muito e que após encontrar com ele em vários "sonhos",  ele se tornou um grande amigo meu, o que não foi em vida.

Márcio Sérgio eu te amo.

Até a próxima,
                      Amo vocês,
                                        Marcel Peixoto.

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