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sábado, 26 de abril de 2014

POST 116/2014 - OH GÁS, OOH GÁS...


Olá...  Incrível como as coisas se repetem em nossas vidas... Hoje, um belo dia de sábado, aconteceu um fato que me reportou ao passado, em uma mesma manhã de sábado, na infância de minha filha.  Nada de mais, apenas um vendedor de gás passando pela rua oferecendo seu produto, mas esse fato foi muito relevante naquele sábado e vocês vão entender porquê.   Para simbolizar o momento, fotografei para o Blog, um vendedor de gás. 

Bem voltando àquele sábado, era folga da babá e a minha esposa precisou sair para resolver alguma coisa e acabei encarregado de ficar em casa cuidando da minha filhinha, que nesta data tinha pouco mais de três anos.  E aí você sabe como é, criança começa uma brincadeira, enjoa e vai para outra e assim sucessivamente... Eu já não sabia mais o que fazer... Daí lembrei que mais ou menos naquele horário o vendedor de gás passaria pela rua e tive uma ideia brilhante.

Vou abrir um parêntese para explicar que em minha cidade, principalmente na época e até hoje, ainda não existe o sistema de gás encanado em todas as casas e então usamos botijões de gás, principalmente para os fogões.  Assim, tradicionalmente os vendedores passam pelas ruas vendendo os referidos botijões, que são trocados pelos nossos vazios.

Voltando a minha ideia, resolvi inventar uma estória para a minha filha de forma a entretê-la e era mais ou menos assim:

Era uma vez uma cidade muito próspera no interior onde havia duas famílias muito ricas, o filha mais velho de uma das famílias se apaixonou perdidamente pela filha do meio (eram 3 irmãs) da outra família, que correspondia a todo esse amor, logo ficaram noivos e começaram os preparativos para a festa de casamento. Imaginem, as duas famílias mais ricas preparando uma festa?  

Meses depois chegou o grande dia e o casamento foi um sucesso, a maior festa que a cidade já viu... Vieram convidados de várias partes do país, para comerem o maior bolo já feito por aqueles bandas. As pessoas ainda lembravam da festa de casamento, quando foi anunciado que o casal ganhariam um bebê... Foi uma felicidade geral.

A barriga da mãe foi crescendo e ficando muito maior que o normal e quando do nascimento veio a explicação - eram gêmeos, aliás gêmeas, duas lindas meninas, loirinhas e com olhos azuis... Pareciam duas anjinhas.  Daí veio a primeira dificuldade entre o casal, escolher o nome das meninas.  O pai havia lido um livro e gostava de Olga, já a mãe, muito religiosa, gostava de Maria e Madalena, Assim, um dos avôs resolveu a questão e batizou as meninas como Olga Maria e a outra Olga Madalena.

E assim as meninas cresceram e passaram a ser conhecidas como as Olgas...  Quando já tinham seus 7 aninhos, em um dia lindo de sol, saíram de casa para brincar no belo balanço que ficava debaixo de enorme árvore, que doava um de seus grossos galhos para segurar os dois balanços, um do lado do outro.  A mãe precisou deixá-las por um minuto, para resolver um problema na casa e quando voltou não encontrou mais as meninas.  Elas sumiram...

Todos começaram a procurar, a cidade inteira mas elas nunca mais apareceram. Seu pai louco pela perda das filhas, tão preciosas, recrutou pessoas de todos os lugares do mundo para procurar as meninas, gastando toda a sua fortuna e até hoje esses homens andam pelas cidades em busca das meninas, gritando pelos nomes delas:  Olgas, OOOOlgas...

Neste exato momento o vendedor de gás passou pela rua gritando: Ooh gás, Ooh gás...  Minha filha deu um enorme pulo e correu para a janela gritando: "Pai, são os homens procurando as meninas.... São eles...
São eles...".  Seus olhinhos brilhavam e eu como pai me senti o "pai perfeito"... e comentei,  pois é filha parece que ainda não encontram as meninas.

Deste dia em diante, todas as vezes que ouça os vendedores de gás me lembro dessa estória e sei que vocês também lembrarão.

Até a próxima,
                      Amo vocês,
                                        Marcel Peixoto.

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