Olá... Domingo (13/04) com o tempo meio nubladão, bom para dormir o dia inteiro, entretanto logo no café da manhã recebi o convite de minha filha (praticante do esporte) para assistir a V Copa Iguaçuana de Jiu-Jitsu, a qual estava sendo disputada no Iguaçu Basquete Clube. Fazer o que? Partiu IBC...
Ao chegar, constatei mais um clube de nossa cidade, que já teve seus dias de glória e agora agoniza... A sensação é que ele está respirando sob efeito de aparelhos em uma UTI, tal é o abandono. A quadra onde foi realizado o evento, palco de grandes jogos de basquete em outrora, parece que foi atropelada...
Resolvi fazer a foto para o Blog, com a visão o mais aberta possível para poder mostrar, além dos tatames, um pouco do péssimo estado de conservação do palco do evento. As telhas da cobertura com problemas, os tacos da quadra colados com fitas para não soltarem, enfim... Mas nada disso tirou o brilho da competição e a vontade dos atletas de vencerem as suas lutas.
O Jiu-jitsu é uma arte marcial japonesa que utiliza como principais técnicas, golpes de alavanca, torções e pressões para derrubar e dominar um oponente. Nascido nas escolas de samurais, sua criação reside na constatação de que, no campo de batalha, ou durante qualquer enfrentamento, um samurai poderia acabar sem espadas ou lanças, daí que ele precisava de um método de defesa desarmada.
É um postulado básico desta arte marcial o emprego da própria força e quando possível, da força do adversário, em alavancas, que possibilita a um lutador, mesmo com compleição física inferior à do oponente, conseguir vencer. No chão, com as técnicas de estrangulamento e pressão sobre articulações, é possível submeter o adversário, fazendo-o desistir da luta (competitivamente), ou (em luta real) fazendo-o desmaiar ou quebrando-lhe uma articulação.
No século XIX, mestres de artes marciais japonesas migraram para outros continentes, vivendo do ensino dessas artes e de lutas que realizavam. Em 1915, chegou a Belém do Pará, o mestre Mitsuyo Maeda que um ano depois conheceu Gastão Gracie, que entusiasmado com a nova técnica de luta, levou seu filho Carlos para aprender.
Pequeno e frágil por natureza, Carlos encontrou no judô (na época, ainda conhecido como "Kano jiu-jitsu") o meio de realização pessoal que lhe faltava. Com dezenove anos de idade, transferiu-se para o Rio de Janeiro com a família, sendo professor dessa arte marcial e lutador. Viajou por outros estados brasileiros, ministrando aulas e vencendo adversários mais fortes fisicamente.
Em 1925, voltando ao Rio de Janeiro e abrindo a primeira Academia Gracie de Jiu-Jitsu, convidou seus irmãos Osvaldo e Gastão para assessorá-lo e assumiu a criação dos menores George, com quatorze anos, e Hélio Gracie, com doze. A partir daí, Carlos transmitiu seus conhecimentos aos irmãos, adequando e aperfeiçoando a técnica à condição física franzina, característica de sua família. Também transmitiu-lhes sua filosofia de vida e conceitos de alimentação natural, sendo um pioneiro na criação de uma dieta especial para atletas, a Dieta Gracie, transformando o Jiu-Jitsu em sinônimo de saúde.
Com o objetivo de provar a superioridade do jiu-jitsu e formar uma tradição familiar, Carlos Gracie desafiou grandes lutadores da época e passou a gerenciar a carreira dos irmãos. Lutando contra adversários vinte, trinta quilos mais pesados, os Gracie logo conseguiram fama e notoriedade nacional.
Ao modificar as regras internacionais do judô e jiu-jítsu japonês nas lutas que ele e os irmãos realizavam, Carlos Gracie iniciou o primeiro caso de mudança de nacionalidade de uma luta, ou esporte, na história esportiva mundial. Anos depois, a arte marcial passou a ser denominada de gracie jiu-jitsu ou brazilian jiu-jitsu, sendo exportada para o mundo todo, até mesmo para o Japão.
Com o passar do tempo, Hélio Gracie passa a ser o grande nome e difusor do jiu-jitsu, formando inúmeros discípulos. Já o irmão George foi um desbravador, viajou por todo o Brasil, no entanto estimulou o jiu-jitsu principalmente em São Paulo. Royce Gracie e Rickson Gracie, filhos de Hélio, merecem um capítulo à parte pelo valor com que se impuseram como gladiadores e difusores da técnica e eficiência do jiu-jitsu nas arenas dos Estados Unidos e do Japão.
O jiu-jitsu, hoje, é o esporte individual que mais cresce no país: possui cerca de 350 mil praticantes, com 1.500 estabelecimentos de ensino somente nas grandes capitais. As competições nacionais e internacionais que vem sendo realizadas, confirmam a superioridade dos lutadores brasileiros, considerados os melhores do mundo, e projetaram o jiu-jitsu ou brazilian jiu-jitsu, como a arte marcial que mais cresce no mundo atualmente.
Havia e ainda há até hoje, um forte preconceito sobre a luta, mas com o passar dos tempos ela vem se tornando um esporte respeitado em nosso país. Não podemos confundir o ato de lutar com o de brigar, são coisas totalmente distintas.
Até a próxima,
Amo vocês,
Marcel Peixoto.
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