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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

POST 257/2014 - CONFÚCIO E O LUN YÜ

14 de setembro de 2014

Olá... Domingo sempre é um dia especial, portanto para ilustrar o Blog de hoje me preocupei em trazer algo diferente e fui buscar em nossa biblioteca um livro "raro" que tenho muito orgulho de ter em nossas prateleiras - A Sabedoria de Confúcio - O Lun Yü.

Como gosto de contar história, preciso contar sobre como ele entrou na minha vida. Para tanto preciso me reportar ao ano de 1992, em plena Conferência do Meio-Ambiente ECO92.  Nesta época eu estava desempregado e me virando com alguns trabalhos independentes e estudando muito sobre a espiritualidade...  Visitava sempre as livrarias em busca de livros diferentes e foi quando eu encontrei esse exemplar...

Foi algo tipo "amor a primeira vista" e me apressei em me informar sobre o livro, descobri que só foram feitos 500 exemplares na língua portuguesa, sendo que a grande maioria foi para Portugal e outro tanto para Macau, somente 5 vieram para o nosso país e a livraria tinha conseguido apenas aquele que estava em minhas mãos.  A princípio eles nem queriam vender e quando descobri o preço, evidentemente em dólar, entendi que eu não poderia comprar mesmo... Fiquei extremamente frustado e fui embora.

Mas o livro não saia de nossa cabeça, era um investimento alto para que estava vivendo de bicos, não que não tivéssemos os tais dólares, mas o momento não era propício ao investimento.  Mais alguns dia se passaram, nos enchemos de coragem e fomos ao encontro do livro. Pensamos: Se o livro não tiver que ser nosso, ele já terá sido vendido.  Ao entrarmos na livraria, o dono logo nos abordou perguntando: "Viveram pegar o livro?" e profetizou: "Eu sabia que ele teria que ser de vocês". Enfim, compramos...

Descrevendo um pouquinho o livro, ele tem uma capa revestida de tecido, num tom roxo escuro, com um desenho de Confúcio em baixo relevo e fechadores em dentes de marfim. Suas páginas tem as bordas folheadas a ouro e seu papel com leve tom dourado é de alta gramatura.  Mede aproximadamente 45 x 30 cm e pesa consideráveis 3,25 Kg.  Mas nada disso se compara a sabedoria deste grande mestre, contida em seus ensinamentos.  Fiz a foto acima para o Blog de hoje, na tentativa de mostrar a beleza do livro.

Confúcio foi o mais famoso filósofo e pensador político da China e viveu entre 552 e 479 a.C. Seu nome verdadeiro era Ch’iu K’ung, mas ele se tornou conhecido como Mestre K’ung. Dependendo dos ideogramas utilizados, essa expressão podia ser grafada em chinês de diversas formas: K’ung-fu-tzu, K’ung-tzu, Kongfuzi ou Kongzi, o que explica por que os jesuítas europeus latinizaram o nome do sábio para Confucius por volta dos séculos XVI e XVII. 

Nascido no norte da China, na adolescência já chamava a atenção como estudante exemplar. Depois, seguiu uma brilhante carreira de professor, demonstrando grande conhecimento nas mais variadas áreas, de história e aritmética a poesia, música e caligrafia. Infelizmente, Confúcio não deixou nenhuma obra escrita, mas seus discípulos coletaram pequenos provérbios do mestre, além de diálogos com ele, e os reuniram em um texto intitulado Lun Yu ("Os Analectos"), que nada mais é que o livro apresentado acima.

De qualquer forma, a herança que o filósofo deixou para o mundo oriental vai muito além disso. "O confucionismo é a base da ética empresarial japonesa. Também em alguns dos chamados Tigres Asiáticos, como Coréia do Sul e Cingapura, ele é promovido como sistema filosófico a encorajar o desenvolvimento econômico".  Isso porque os pensamentos de Confúcio pregavam, por exemplo, a importância da educação para melhorar a sociedade, com destaque à construção do caráter e não apenas ao acúmulo de conhecimentos. Ele também criou programas de treinamento para líderes em potencial. "Seu objetivo era formar homens perfeitos, que, tornando-se membros da burocracia estatal, ajudassem a construir o estado ideal".

Encerro o Blog de hoje, com algumas citações do sábio:

"Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e na desgraça, a qualidade."

"O homem de bem exige tudo de si próprio; o homem medíocre espera tudo dos outros."

"A nossa maior glória não reside eno fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmos-nos sempre depois de cada queda."

"A humildade é a única base sólida de todas as virtudes."                                   

"Escolhe um trabalho que gostes e não terás que trabalhar nem um dia de tua vida.

"O homem superior é aquele que começa por colocar em prática as suas palavras e em seguida fala de acordo com as suas ações."

"O silêncio é um amigo que nunca trai."


Até a próxima,
                        Amo vocês,
                                           Marcel Peixoto.

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