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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

POST 248/2014 - NOSSA USINA NUCLEAR

05 de setembro de 2014

Olá...  Encerrando a semana em visitas à obras em Angra dos Reis e aproveitei para fazer algumas fotos da estrada, vale ressaltar aqui que a Rio-Santos tem  paisagens maravilhosas e o Blog já possuem várias delas.  Desta vez  tive que decidir entre várias lindas paisagens, entretanto a nossa Usina Nuclear, foi a escolhida para ilustrar o Blog de hoje.

Me parece um até um contra-senso ter em um lugar tão bonito uma usina nuclear, mas não somos os únicos, vários outros países tem sua usinas a beira-mar, tal fato se dá pela necessidade de esfriar  a água do vaso de pressão, depois desta passar pela turbina, com água fria. Parte desta água do  mar vira vapor, que sai pela chaminé de resfriamento.

No caso específico de nossa  Usina de Nuclear, o local escolhido não poderia ser pior. A praia que vocês veem na foto é a praia de "Itaorna", que na língua dos indígenas (tupi-guarani) quer dizer "pedra mole ou pedra podre".  Parece que existe uma falha geológica no local e para reparar isso  foi preciso construir uma enorme base de concreto com 250 m de lados e 17 m de profundidade.  Além disso, foi necessário a construção de um pier como quebra-mar, pois por incrível que pareça, ondas de até 5 metros de altura, ameaçavam o prédio da usina.

A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA) está localizada às margens da rodovia BR-101, em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro. Alegam que as razões determinantes dessa localização foram a proximidade dos três principais centros de carga do Sistema Elétrico Brasileiro (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo), a necessária proximidade do mar e a facilidade de acesso para os componentes pesados.

Além das usinas Angra 1 e 2 e das obras da Usina Angra 3, a área da Central abriga, ainda, duas subestações elétricas (138 e 500 kV) operadas por Furnas Centrais Elétricas S.A., os depósitos de armazenamento de rejeitos de baixa e média atividade e diversas instalações auxiliares (prédios de engenharia, almoxarifados etc.).

Em 1982, após longo período de construção, teve início a operação comercial da Usina Angra 1, sendo que este período foi marcado por diversos problemas, que levavam a constantes interrupções na operação. Houve mesmo longo litígio entre Furnas Centrais Elétricas, então operadora da usina e a Westinghouse, sua fornecedora. A partir de 1995, com a solução dos problemas técnicos e com o aprendizado das equipes de operação e manutenção, o desempenho da usina, medido pelo seu fator de capacidade, melhorou substancialmente.

Em 2000, entrou em operação a Usina Angra 2, sendo esta construída com tecnologia alemã Siemens/KWU, ainda no âmbito do Acordo Nuclear Brasil-Alemanha. Em seu primeiro ano de operação, como resultado da aprendizagem com Angra I, a nova usina atingiu um fator de capacidade de quase noventa por cento (2001).

Em 2010, foi produzido, na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, energia elétrica correspondente a três por cento do consumo de energia elétrica de todo o Sistema Interligado Nacional.   Do início de suas operações (1985), quando entrou em funcionamento Angra I até 2005, a produção acumulada de energia das duas usinas foram equivalentes a produção anual da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional.

A produção acumulada de energia das usinas nucleares brasileiras seria suficiente, ainda, para abastecer por mais de sessenta anos toda a iluminação pública da cidade do Rio de Janeiro ou o consumo do Estado do Rio durante três anos, sendo que nos próximos seis ou sete anos, as duas usinas poderão repetir este número.   A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto é operada pela Eletronuclear e gera 2 000 empregos diretos e cerca de 10 000 indiretos no Estado. 

Hoje existem 441 reatores nucleares em operação em 31 países gerando eletricidade para aproximadamente 1 000 000 000 (um bilhão) de pessoas e responsáveis por aproximadamente 17% da energia elétrica mundial. Em muitos países industrializados, a eletricidade gerada por reatores nucleares representa a metade ou mais de todo o consumo. Cerca de 32 usinas estão atualmente em construção.

A energia nuclear não pode ser caracterizada como cem por cento segura ou não poluente. Apesar de poucas ocorrências, a proporção dos danos potenciais causados por acidentes nucleares gera controvérsia sobre sua segurança. De fato, ainda que inúmeras medidas de segurança sejam tomadas como forma de evitar acidentes, ao longo de setenta anos de uso de energia nuclear ao redor do mundo ocorreram três incidentes com extravasamento de radiação capaz de afetar a população civil: There Mile Island (1979), Chermobyl (1986) e Fukushima (2011).

Esperamos que episódios como estes não aconteçam mais, pois a energia nuclear continuará a crescer na tentativa de suprir a demanda, cada vez maior do mundo industrializado.

Até a próxima,
                        Amo vocês,
                                           Marcel Peixoto.

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