30 de agosto de 2014
Olá... Sábado é dia de se divertir e cada um aproveita como pode ou como quer, há aqueles que tomam uma cervejinha, outros jogam futebol, enfim, várias atividades para descontrair, mas há também aqueles que tiram algumas horas para fumar um bom charuto...
Certamente, não é a minha praia, mas aprecio quem gosta de degustar um bom charuto. Um exemplar importado, tem o preço superior a R$ 100,00 a unidade, o que faz do hábito um prazer para poucos. Confesso que já tive vontade de experimentar, mas para alguém que nunca fumou absolutamente nada, é um desafio. O exemplar que fotografei para o Blog, foi adquirido por mim, a mais ou menos 4 anos, quando do nascimento de meu último afilhado. Na data, como um bom padrinho, distribui alguns para o pai, tios e avó, mas tenho certeza que, assim como o meu, ainda estão intactos.
O charuto é uma forma de preparação do tabaco para fumar. Pode ser feito à mão ou à máquina, geralmente fechado em uma das extremidades, que após a remoção de parte da cabeça (parte fechada do charuto) é aceso na outra extremidade e fumado a partir da abertura feita pelo corte. Atualmente, os charutos são produzidos em vários países, que inclui países americanos (Cuba e Brasil), europeus (Itália, Suíça e Alemanha), entre muitos outros.
Mas o país que possui o título de melhor produtor de charutos do mundo, e o retém há décadas, é Cuba. Isto acontece por diversos fatores, entre eles, as condições climáticas, horas de iluminação solar, temperatura, umidade, condições do solo e outros. Uma região especial é Pinar del Rio, única região de Cuba que produz os charutos chamados de "havanos" (qualquer charuto produzido fora dessa região não recebe essa qualificação).
Não há registros precisos sobre a origem do charuto. Acredita-se que o cultivo do tabaco teve início na província de Yucatán, no México, pelos maias provenientes da América Central. Uma relíquia datada do século X, descoberta no território da Guatemala, mostra um maia fumando folhas de fumo juntas por um fio de barbante, amarradas na forma de um rolo. Como a civilização Maia já havia surgido a mais de dois milênios, não há como determinar com precisão quando se fumou o tabaco dessa forma pela primeira vez. O tabaco se propagou pelo continente americano e passou a ser fumado de várias formas pelos povos indígenas da região, normalmente em cerimônias religiosas e rituais de cura.
O primeiro registro oficial sobre o tabaco foi feito em 1492, quando Cristóvão Colombo chegou as Américas, no dia 28 de Outubro em Cuba. Dois homens de sua tripulação - Rodrigo de Jerez e Luis de Torres - foram enviados para explorar a região e retornando, fizeram relatos sobre os índios tainos que: "...tinham tochas nas mãos e ervas das quais inalavam fumaça, ervas secas dentro de uma folha, igualmente seca... acesas na ponta, eram chupadas ou aspiradas, o que lhes entorpece a pele e é quase intoxicante. Dizem que dessa forma jamais sentem fadiga". Esses charutos primitivos eram chamados de Cohiba na linguagem desses índios, nome que hoje representa a principal marca de charuto cubano.
Um desses homens, Rodrigo de Jerez, resolveu levar para sua família amostras do fumo. Acabou preso pelo Santo Ofício quando foi visto soltando fumaça pelas narinas e pela boca. Foi dado como possuído por forças do mal.
Com o domínio europeu sobre o Novo Mundo, os marinheiros, exploradores logo começaram a fumar e após estes, os colonos e conquistadores. Quando os conquistadores retornaram para a sua terra natal, introduziram o hábito na Espanha e Portugal por volta do século XVI. De Portugal, o fumo foi levado até a França pelo embaixador francês, Jean Nicot, que deu nome à planta (Nicotiana tabacum) e à nicotina. O fumo também foi levado para a Itália e Grã-Bretanha, sendo que neste último país o introdutor foi um dos homens de Sir Walter Raleigh, Thomas Hariot, após uma expedição (embora Raleigh tenha contribuído muito na popularização do hábito na Grã-Bretanha).
No início, o tabaco foi utilizado com outros propósitos, inclusive medicinais: Catarina de Médicis, rainha da França de março de 1547 até julho de 1559, foi apresentada à planta por Nicot, e a tomava em pó para combater enxaquecas, enquanto outros a tomavam para remediar infecções de pele. Quando Catarina começou a utilizar a planta, esta se tornou sinal de riqueza e ficou conhecida por um certo período de tempo como "erva da rainha", e depois como "erva do embaixador", após Nicot ter começado a cultivá-la.
Mas o hábito só chegou até a América do Norte depois que o coronel Israel Putnam retornou de Cuba, aonde era um oficial do exército inglês e participou no cerco à Havana. Antes de participar nas guerras contra os franceses e índios, Putnam era lavrador, e quando retornou para sua casa em Connecticut, EUA, com charutos e tabaco cubanos, fábricas foram abertas rapidamente na região de Hatford.
Daí para frente a economia do tabaco cresceu demasiadamente e o uso excessivo por parte de muitos, começou a trazer problemas de saúde aos usuários. Infelizmente, hoje ainda o tabaco é uma das maiores causas de mortes em nosso planeta. Nada em excesso é salutar...
Amo vocês,
Marcel Peixoto.
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