Olá... Há muito tempo admiro essa estrutura, sendo, na minha opinião, uma das mais bonitas do país. Hoje aproveitando uma viagem de trabalho, dei uma paradinha para fazer a foto acima. Não é a toa que no linguajar da engenharia, chamamos as estruturas como pontes, viadutos, etc... de obras de arte, talvez pela beleza estética do projeto, pelo cuidado na execução, mas essa, sem dúvida, merece esse título com todas as letras.
O esbelto viaduto da foto foi construído em 1979 e se tornou um símbolo da Dutra, marcando a chegada a Volta Redonda, a 95 quilômetros do Rio. Com 90 m de comprimento, o viaduto atravessa a Rodovia Presidente Dutra com duas faixas de tráfego. O tabuleiro é formado por uma laje de concreto sobre a qual existe um corrimão metálico. Já a laje, foi construída a partir de um conjunto de placas pré-moldadas, que, dispostas transversalmente, compuseram o tabuleiro sem a necessidade de escoramento.
Esta laje se apoia em quatro quadros rígidos, idênticos e simétricos em relação à linha de centro do viaduto, distantes um do outro em cerca de 2,60 m, executados em aço. A geometria e as dimensões dos quadros foram determinadas em função do gabarito mínimo exigido pela DNER para o vão central e em uma relação vão central / vãos laterais, necessárias para prever o momento máximo positivo no centro, aproximadamente igual ao dos extremos, bem como para satisfazer as condições de concordância e estética.
A estética exerce forte influência em quase todos os projetos de pontes e viadutos, entretanto, por razões econômicas, tal quesito muitas vezes acaba desprezado. Por isso, tantas obras no país ainda deixam a desejar em relação aos aspectos plásticos. Contudo, existem casos em que estética domina a concepção e os resultados são surpreendentes. Um exemplo é este viaduto, que com 35 anos ainda se mantém não apenas elegante, como também em perfeitas condições estruturais.
Na ocasião, o projeto foi executado pela Fábrica de Estruturas Metálicas (FEM), empresa do grupo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Como a implantação ocorreu em uma das vias com maior tráfego no país, a Prefeitura de Volta Redonda fez duas exigências: que a obra tivesse grande representatividade estética e que durante o processo de montagem o tráfego não sofresse grandes prejuízos. Para atender a tais requisitos, e como não poderia deixar de ser, na Cidade do Aço uma construção tão emblemática só poderia ser concebida “em aço”.
Assim, após diversos ensaios, escolheu-se um modelo de quadro rígido, com pernas inclinadas, feito em aço Niocor, sem pintura. A esbeltez de seus elementos elegantemente curvos, combinados com a cor ferrugem, proporcionou um conjunto harmônico. Para nós cariocas e fluminenses, foi um presente.
Até a próxima,
Amo vocês,
Marcel Peixoto.
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