Olá... Estranho como o fogo me fascina... Estava pensando em o que fotografar hoje para o Blog, quando me deparei com a lamparina acima, que obviamente estava apagada, mas bastou o ato de acender a vela em seu interior, para torná-la um objeto bem mais atrativo.
A lamparina fotografada é indiana, bem como a vela especial que vem em seu interior e foi comprada numa loja de artigos indianos, na cidade de Canela-RS. Toda essa estória de "indiana" nos foi passada pelo vendedor da loja, que enfeitou tanto o pavão que acabei comprado. Passada a emoção da compra, vemos que a mesma pode ter sido feita em qualquer esquina brasileira, idem para a vela, mas se fosse assim eu nem a teria fotografado...
Pesquisei na Net e não encontrei nada sobre lamparinas indianas, a não ser nos mercados livres da vida, vendendo todo o tipo possível e imaginável... Bem, terei que improvisar.
Não sou dos tempos onde as lamparinas iluminavam as casa e a cidade a noite, mas tive uma experiência bem interessante na minha adolescência. Viajei para o interior da Bahia com a minha namorada da época (atualmente minha esposa) e a sua mãe, para visitar seus avós na "roça". A cidade era Santa Bárbara de Feira, que já era interior e o sítio da família ficava ainda um pouco distante do centro.
Ao chegarmos duas descobertas me preocuparam, a primeira era que o banheiro ficava fora da casa e a segunda é que não havia luz elétrica. A noite caia, dando lugar para as lamparinas que começavam a ocupar seus lugares de direito. Após o jantar, sem ter muito o que fazer fomos dormir, devidamente separados. A minha sogra ficou no meu quarto.
No meio da noite acordei e tive uma experiência única até então para um jovenzinho da cidade, o escuro absoluto. Minha primeira impressão é que tinha perdido a visão, por mais perto que eu colocasse a minha mão do meu rosto, eu não a via. Minutos de pânico, até que resolvi procurar a minha sogra que dormia em, algum colchonete em meu quarto...
Desci da cama e engatinhei usando o tato para achá-la... Ao encontrá-la ela rapidamente riscou um fósforo e para minha alegria vi que ainda enxergava. Ela pegou a lamparina (que passou a ser a minha amiga inseparável) e acendeu, tudo resolvido. Ao ir no banheiro, do lado de fora da casa, me deparei com o céu mais lindo que já vi na vida. Ao retornar para dormir, pedi para deixar a lamparina acessa, e assim foi nos dias que se sucederam.
Um objeto que nunca dei valor, passou a ser o meu tesouro nesta viagem - A Lamparina.
Até a próxima,
Amo vocês,
Marcel Peixoto.
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