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domingo, 5 de janeiro de 2014

POST 004/2014 - ROLHAS DE CORTIÇA



Olá..  Comecei há alguns anos a apreciar a arte de degustar vinhos... Diferente de outras bebidas, no vinho existe toda uma magia que vai desde a sua fabricação até o ato de bebermos, mas não vou falar de vinhos hoje e sim do componente de vedação das garrafas, que é a rolha.

Como podem ver na foto, clicada em casa, tenho uma coleção de rolhas, que nasceu da ideia de guardar uma e depois outra, enfim... Comprei uma jarrinha, fui aumentando os tamanhos e daqui a pouco terei que aumentar o espaço novamente...   (risos...) 

As rolhas originais são de cortiça, que é a casca do sobreiro, uma árvore nobre com características especiais e que cresce nas regiões mediterrânicas como Espanha, Itália, França, Marrocos, Argélia e principalmente em Portugal na região do Alentejo, que é o maior produtor, representando mais de 50% da produção mundial, tornando a indústria da cortiça, de grande importância econômica para o país.

O sobreiro é uma árvore de grande longevidade (150 a 200 anos) e com enorme capacidade de recuperação. A cortiça somente pode ser retirada da árvore após a mesma atingir de 25 a 30 anos e após essa primeira extração, somente a cada 9 anos.  Portanto, se quer fazer sua própria rolha, acho bom plantar logo o seu sobreiro.

A cortiça é um tecido vegetal e que possui qualidades únicas e inigualáveis, como sua leveza, impermeabilidade a líquidos e a gases, elasticidade e compressibilidade, isolamento térmico e acústico, combustão lenta e grande resistência ao atrito. Além de tudo isso é um material ecologicamente perfeito, pois é natural, reciclável e renovável.

Contra a rolha de cortiça está o preço e a possibilidade de desenvolvimento do TCA (Tricloroanisole), que é um fugo responsável pelo odor desagradável que eventualmente pode estar presente no vinho. Estatísticas afirmam que o bouchonée (termo francês para vinho com gosto de rolha) causado pelo TCA ocorre em cerca de 5% a 6% das rolhas.  Por considerar a "margem de erro" alta demais, alguns enólogos se curvaram as rolhas sintéticas, em particular os produtores do Novo Mundo (EUA, Austrália ee Nova Zelândia), sendo um deles o famoso Robert M. Parker.

Eu, como um tradicionalista, continuo preferindo a rolha de cortiça.  Tem mais charme, mais beleza e nos remota a essa árvore maravilhosa (que apesar de nunca termos visto pessoalmente, nos encanta pelas fotos), a Portugal, enfim só isso já é motivo suficiente para preferi-la.

Até a próxima,
                         Amo vocês,
                                             Marcel Peixoto


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