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sábado, 18 de outubro de 2014

POST 278/2014 - SOLARIUM DAS TARTARUGAS

05 de outubro de 2014

Olá... Neste primeiro domingo de outubro, mais uma vez foi ao Jardim Botânico em busca de alguma foto para o Blog e antes mesmo de entrar, próximo a bilheteria, me deparei com este laguinho, dotado de um chafariz e com algumas hóspedes muito especiais, que se deleitavam em um solarium feito exclusivamente para elas aproveitarem, estou me referindo as tartarugas. Acabei por registrar a cena para o Blog de hoje.

Elas, apesar delas adorarem uma água, necessitam do sol, por isso a existência deste solarium, que nada mais é que um local descoberto reservado ao banho de sol. A palavra solarim vem do latim e significa jardim de inverno ou alguma coisa relativa ao sol, usamos mais especificamente para designar um lugar para se tomar sol. 

Os animais da ordem dos répteis, que se caracterizam pela presença de uma carapaça, são chamados de Testudines ou mais comumente de Qelônios. Erroneamente chamamos todos de tartarugas, contudo este grupo possui 3 principais divisões, sendo elas as tartarugas propriamente ditas, que de marinhas ou de água doce, os cágados, que são esclusivamente de água doce e ainda os jabutis que são eminentemente terrestres.

Esses animais apresentam placas ósseas dérmicas, que se fundem originando uma carapaça dorsal e um plastrão ventral rígidos, que protegem o corpo. As vértebras e costelas fundem-se e a essas estruturas. Os ossos da carapaça são recobertos por escudos córneos de origem epidérmica. Não possuem dentes, mas apresentam lâminas córneas usadas para arrancar pedaços de alimentos. São todos ovíparos.

O grupo tem cerca de 300 espécies, e ocupa habitats diversificados como os oceanos, rios ou florestas tropicais. Os quelônios estão na lista dos maiores répteis do mundo. A ordem subdivide-se nas subordens Pleurodira e Cryptodira, conforme a posição do pescoço quando a cabeça se encontra dentro da carapaça.

Quelônios terrestres estão presentes em quase todo o mundo, exceto em regiões polares, ou alpinas, sendo muito comuns em florestas tropicais. Já as aquáticas, estão em todos os oceanos, exceto nos polares.

A principal diferenças entre os três grupos já citados estão nos membros. Os quelônios terrestres (que andam sobre a terra) são jabutis e possuem patas grossas. Os marinhos (água salgada) são tartarugas, com nadadeiras em vez de patas; e os de água doce, com pés palmados e carapaça hidrodinâmica, são os cágados.

Dentre as tartarugas domésticas incluem-se as tartarugas da Florida, carnívoras. Estes seres caracterizam-se por uma peculiar mancha vermelha lateral na sua cabeça. Relacionam-se facilmente com humanos e tornaram-se, ao longo dos anos, um dos animais de estimação mais populares. As espécies de tartarugas mais antigas já encontradas datam de 215 milhões de anos.

Os ameríndios faziam grande uso das tartarugas, tracajás (espécie que vivem em muitas bacias hidrográficas do norte da América do Sul), jabutis e cágados como alimento. Era e é comum na Amazônia peixes, tartarugas e tracajás ficarem presos em lagos formados com a baixa das águas dos rios, o que as tornavam alvos fáceis. Também na época da desova, tartarugas eram facilmente capturadas por índios da Amazônia que simplesmente as viravam com o casco para baixo e depois as recolhiam e as levavam à aldeia, colocando-as em currais previamente preparados. Além disso capturavam tarturugas marinhas, mergulhando e as dominando com as mãos.

Os Caibí do Mato Grosso consumiam o tracajá (tartaruga amazônica que chega a pesar 12kg) e seus ovos. Cozinhavam os ovos, desta forma conservando-os por longo tempo. Índios de algumas tribos adoravam o jabuti com farofa. Removiam os intestinos do animal através de um buraco na parte ventral, através dele introduziam farinha e colocavam o jabuti inteiro para assar nas brasas.

Me recordo muito bem que na minha infância, nas idas para Itacuruça (município de Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro), que havia um restaurante que tinha como prato principal a sopa de tartaruga. Eu jamais experimentaria, mas vinham pessoas de fora exclusivamente para comer a iguaria. Com a questão da preservação, foi proibido o consumo de tartarugas em todos os estabelecimentos comerciais. Ainda bem...

Até a próxima,
                        Amo vocês,

                                            Marcel Peixoto.

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