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sábado, 11 de outubro de 2014

POST 272/2014 - LIÇÕES DO LÁPIS

29 de setembro de 2014

Olá... Iniciando mais uma semana e nesta segunda-feira trago para o Blog um instrumento o qual iniciamos a nossa relação com ele desde de muito novinhos, estou falando do lápis. E para ilustrar o Blog fotografei um belo exemplar que comprei no Museu Imperial, para presentear a minha esposa, que adora um lápis. Este é especial por trazer uma “réplica” da coroa de D. Pedro II em seu topo.

O lápis é um instrumento concebido para marcar, riscar e até mesmo cortar superfícies. A acepção mais comum do termo atrela-se a um instrumento utilizado para escrever, desenhar ou mesmo riscar papel; usualmente construído através de um estilete de grafite revestido de madeira - o tradicional lápis de escrever preto. Mudando-se o material do estilete, produzem-se de forma similar lápis de várias cores distintas.

O precursor mais remoto do lápis talvez seja identificado como sendo as varas queimadas cujas pontas foram utilizadas pelos primitivos hominídeos para gravar inscrições nas cavernas, as famosas pinturas rupestres. Há cerca de 3500 anos atrás, na sociedade egípcia, as "varas" de rabiscar evoluíram para pequenos pinceis capazes de produzir linhas finas e escuras nas superfícies. 

Há cerca de 1500 anos atrás os gregos e também os romanos perceberam que estiletes metálicos serviam igualmente bem ou mesmo melhor ao propósito de registrar dados em superfícies. Por suas qualidades, o chumbo passou a ser amplamente empregado com tal fim.  O verdadeiro antepassado do lápis talvez seja o seu equivalente romano, o stylus; que consistia num pedaço de metal fino, normalmente chumbo revestido com alguma proteção (usualmente madeira) para evitar que os dedos se sujassem. O stylus era utilizados para escreverem-se os papiros.

Os primeiros lápis livres de chumbo datam do século XVI. Neste século foi descoberta, perto de Borrowdale, Cúmbria,Inglaterra.  Uma grande jazida de um material bastante puro e sólido, hoje reconhecido como o estado alotrópico mais comum do carbono, a grafite. À época nomeava-se tal elemento "chumbo negro" em alusão direta ao elemento concorrente e suas aplicações; e os habitantes locais descobriram rapidamente que o "chumbo negro" era muito útil para marcarem-se as ovelhas. Atando-se a grafite a varas de madeira, rapidamente surgiram os lápis rústicos, já livres de chumbo e parecidos aos que conhecemos hoje.

A mina de grafite de Borrowdale permaneceu por muito tempo como a fornecedora da melhor matéria prima para se confeccionarem os lápis, e apenas em 1795, à época de Napoleão Bonaparte, o francês Nicolas-Jacques Conté encontrou uma forma viável de produzir grafite aplicável à escrita a partir de material de qualidade incompatível. Contudo, em 1832 a importância da mina era ainda notória, e uma fábrica de lápis instalava-se nas redondezas da mesma.

Mesmo com a ascensão dos lápis de grafite, os lápis de chumbo ainda guardaram significância até o século XIX, e vieram a extinguir-se definitivamente apenas no século XX, com a descoberta da toxicidade do chumbo. A primeira produção de lápis em massa é atribuída a Friedrich Staedtler em 1622, em Nuremberg, na Alemanha. 
 
O lápis é a ferramenta mais utilizada pelo homem desde as primeiras civilizações até os dias atuais, mesmo em países com baixos níveis educacionais Atualmente o Brasil é o maior produtor mundial de lápis, com 1,9 bilhões das 5 bilhões e 500 milhões de unidades produzidas mundialmente ao ano.

Conta uma antiga lenda, de autor desconhecido,  que diz haver cinco qualidades no lápis que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo:
  1. Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade.
  2. De vez em quando é preciso parar o que se está escrevendo e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor.
  3. O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é, necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça.
  4. O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você.
  5. Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação.
Quando olhamos uma coisa simples com o coração aberto, podemos tirar vários lições para a nossa vidas. É o lápis nos ensinando a viver melhor.

Até a próxima,
                        Amo vocês, 
                                            Marcel Peixoto.

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