14 de outubro de 2014
Olá... Nesta quarta-feira acabei trocando o tradicional café pelo chá, com o calorão que estamos enfrentando um sorvete seria mais apropriado, mas vamos de chá para suar um pouquinho, na verdade adoro um bom chazinho para relaxar. Então fiz a foto do chá, que não é da tarde e sim da noite, para o Blog de hoje.
O chá é uma bebida preparada através da infusão de folhas, flores, raízes e plantas, geralmente preparada com água quente. Cada variedade adquire um sabor definido de acordo com o processamento utilizado, que pode incluir oxidação, fermentação e o contato com outras ervas, especiarias e frutos.
A história do chá remonta aos tempos ancestrais, no território chinês. Entre as lendas que narram o nascimento desta bebida aromática, a mais célebre relata que suas raízes se estendem até 5000 anos atrás, ao governo do Imperador Sheng Nong, popularmente conhecido como o Curandeiro Divino.
Tentando solucionar a constante incidência de surtos epidêmicos em seu reino, ele criou uma lei que obrigava o povo a ferver a água antes de ingeri-la. Um dia, repousando sob uma árvore, o soberano deixou sua xícara de água esfriando um pouco e logo percebeu que algumas folhas haviam caído sobre o líquido, conferindo-lhe um tom castanho. Ao experimentar a bebida, descobriu que ela possuía um sabor aprazível, difundindo assim o cultivo deste alimento entre seus súditos.
Esta história remete a uma tradicional bebida preparada pelos monges budistas, com folhas de uma planta conhecida tecnicamente como Caméllia Sinensis, cultivada no Himalaia. Nesta época encontrava-se no poder a Dinastia Tang, aproximadamente entre os anos 618 e 906. Neste mesmo período, Lu Yu, monge budista da China, produziu no século VIII a primeira obra importante sobre o chá, intitulada Ch’a Ching. Nela são relatadas as várias formas de se cultivar o chá, e como melhor elaborar esta bebida. Segundo o autor, a China desempenha um papel crucial na disseminação do chá pelo Planeta.
Em princípios do século IX alguns monges provenientes do Japão levaram consigo algumas sementes, iniciando assim o cultivo do hábito que se tornaria tradição neste país. Tanto na China quanto no Japão, o chá conquistou um desenvolvimento sem igual, em todos os ambientes, até mesmo os artísticos e os religiosos, campo no qual passou a integrar um cerimonial sagrado.
Os primeiros europeus a contactar com o chá foram os portugueses que chegaram ao Japão em 1543. Os navios de Portugal transportavam a mercadoria até os portos de Lisboa, sendo daí conduzida para a Holanda e a França. Pioneiramente, um sacerdote jesuíta procedente de Portugal publicou o primeiro livro ocidental sobre o chá
Não demorou muito para que os portugueses perdessem o privilégio e cedessem a vez para os cargueiros holandeses e franceses. No século XVII a Holanda já detinha uma armada influente. O aventureiro Marco Pólo, ao registrar suas famosas viagens, teria incluído referências ao chá em suas narrativas; o português Gaspar da Cruz teria igualmente se referido a este líquido em uma correspondência direcionada ao seu rei.
O uso do chá na Inglaterra é atribuído a Catarina de Bragança, princesa portuguesa que casou com Carlos II da Inglaterra e pode ser situado a cerca de 1660. Catarina patrocinava "Tea parties", onde o chá passou a ser apreciado pelas mulheres e, posteriormente, daí passou a ser também do gosto masculino. O chá era bebido em cafés e seu consumo foi crescendo desde o final do século XVII, sendo que era bebido a qualquer hora do dia até o início do século XIX, quando a tradição chá da tarde ("five o'clock tea") foi instituída pela sétima Duquesa de Bedford em Londres.
Do século XIX em diante, o hábito de consumir o chá se disseminou velozmente na Inglaterra, tornando-se tradicional. A partir das terras inglesas esta bebida se estendeu rapidamente aos Estados Unidos, à Austrália e ao Canadá, até se tornar popular em todo o Planeta. Enquanto isso, no Japão, o preparo do chá tornou-se uma arte, bem como o seu consumo.
Mesmo assim, há aqueles que não dispensam um chazinho antes de dormir... Acho que estou indo para esse caminho também...
Até a próxima,
Amo vocês,
Marcel Peixoto
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